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Circula um texto na internet que muito apreciei ler.
Pensava no tema desde há algum tempo e... veio a propósito. Gosto de saber o
que os outros sabem e mesmo o que os outros opinam sobre os assuntos que me importam
e que são afinal de interesse comum.
Este texto trata das diferenças entre religião e espiritualidade - a importância e a conveniência do assunto é pelo menos tão
grande como sempre foi mas é maior nos períodos de qualquer tipo de crise em
que sempre os valores se põem em causa ou se invertem para bem e para mal.
É de autor desconhecido e usa sofismas, mas para mim, que
demorei na sua apreciação, contém também muito claras verdades.
O texto fala de religião, mas a maior parte das vezes quer referir-se a doutrina religiosa. Por isso, diz que há centenas de religiões,
que são conjuntos de regras dogmáticas que falam de pecado e de culpa. Diz que
a religião inventa sem indagar nem questionar; que é uma organização humana com
regulamentos e causa de divisão entre os homens; que se alimenta do medo, que
alimenta o ego, que faz renunciar ao mundo, que sonha com a glória e o paraíso
num outro lugar que vai surgir depois da morte e que não tem nada a ver com o
presente…
Porém, a religião que é espiritualidade não é isto. No sentido antigo do termo é religação ao divino e é no campo da espiritualidade
que nos podemos ligar ou religar ao divino.
Desse modo, religião é espiritualidade.
Já sabemos, cada doutrina ou credo é um sistema com
regras difíceis de cumprir e que os que aderiram se sentem na obrigação de
cumprir. E cumprem e confiam na recompensa. Mas há os que pecam, os que fogem à
regra apesar de tudo e esperam o castigo, porque pagaremos sem falha todas as
fugas, dizem-nos.
Embora qualquer doutrina seja rigorosa nos preceitos que
impõe, há sempre o medo de não estar a cumprir. A questão pode ser a difícil
interpretação, e é tal o medo de errar que alguns fogem de viver neste mundo tão cheio de tentações, como se diz no texto citado. O melhor é não esperar nada do que é prometido, nem bom nem mau, pois cada doutrina luta pela sua verdade que é a sua interpretação; e luta por mais adeptos, o que traz divisões e conflitos. Há alguma violência na ideia de que tudo o que dá prazer é proibido, mas parece ser assim.
Construir doutrinas e teorias sobre o que Deus pensará
desta ou daquela atitude, nossa, demorou séculos de intensa actividade
intelectual. E sobre o modo como o mundo foi formado. E sobre quem somos, donde
vimos, para onde vamos: velhas questões.
Mas quem pode saber o que Deus pensa? E o que pensou no
princípio… se há princípio?
Mas podemos vir a saber, tentaremos descobrir se
gostarmos de pensar e reflectir em tudo aquilo que envolve mistério. Podemos
criar uma explicação com conteúdo metafísico, no campo da espiritualidade. Que será
tentativa de ligação ao divino. É a religião com os seus mitos própria da cultura
humana tal como outros modos de conhecer – como a ciência, a técnica e a arte.
Se não apreciamos temas difíceis, aceitamos simplesmente
o que nos é dito sem pensar muito sobre isso. E existe aquela crença que
responde às interrogações que nos podemos pôr e a que dá resposta imediata.
Nada comparável a outras disciplinas que pretendem que se trabalhe ao nível do
que é físico (e não metafísico), que necessita demonstrações e experiências,
que tenta ir ao fundo das questões, embora saiba que… no laboratório apenas se descobrem pequenas verdades provisórias.
As crenças religiosas surgem sempre acompanhadas das doutrinas
inventadas para explicar o que ninguém sabe explicar; perturbam-nos porque têm
pouco ou nada a ver com espiritualidade ou com Deus, são princípios de moral. Que
moral? Dizem-nos o que devemos pensar e qual a nossa atitude, o nosso
procedimento em todos os momentos, tudo está estabelecido e é assim porque é assim, e
porque há um poder a que temos que nos submeter.
Porém, Deus nunca disse que era assim ou que não era
assim. Também não creio que tenha revelado a verdade a uns quantos, deixando os
outros na ignorância.
A crença de cada um pode ser o acreditar que há Deus como resposta única, como Verdade, e não vale a pena analisar e compreender
nada para além. Também não acho que se possa estudar Deus e explicá-lo de forma
teórica e intelectual. Todavia sinto em mim o desejo de o conhecer. Que nunca
deixará de ser desejo. Mas esse desejo pode levar-me mais além ao encontro de
Deus, isto é, da Excelência, pode levar-me a melhorar, a aperfeiçoar-me, a
aperfeiçoar o meu mundo. Acredito que há um caminho que transcende tudo e, no entanto,
esse, que é o caminho da Verdade, está em mim, está em cada um de nós.
É em nós que em primeiro lugar devemos procurar o sagrado
e depois naqueles que dão exemplo pela sua vida. E depois também… nalguns
lugares, nalgumas palavras, nalgumas obras. Estaremos atentos à voz interior,
questionaremos tudo, como se diz no texto que circula. Não há de que ter medo.
Finalmente, o que quero dizer é que o que importa é
distinguir entre o que é doutrina religiosa, sistema de moral com regras
rígidas inventadas num tempo e num espaço determinado e que possivelmente já
não servem, e o que é religião ligação ao divino, forma de conhecimento.
Não há que renunciar a Deus, há que pensar nele. Sabemos
que por mais que a ciência descubra, há um resto que permanece desconhecido,
misterioso, inacessível. Um resto que é o princípio, o mais importante, o elemento
mais simples…
É bom que a maioria de nós pesquise ao nível da ciência sem
esquecer o outro nível. Até porque não temos no presente inteligência bastante…
Talvez cheguemos lá um dia.
Aquelas três velhas perguntas continuam sem resposta.
Como é que tudo isto começou? Como vai acabar? Qual é o nosso papel no meio de
tudo?
Há 20 anos que há jazz no Parque de Serralves. Foi ontem a Festa,
muito especial, justamente porque foi possível encomendar ao
Mário Laginha música original para este concerto. Ele chamou os amigos, o
saxofonista inglês Julian Arguelles e o percussionista norueguês Helge
Norbakken, excepcionais ambos, e foi com eles que escreveu a música para ouvir no parque
e para gravar.
Cheguei muito cedo, fui ver as últimas exposições no Museu e
passeei no parque tão do meu afecto. Passei sob os liquidâmberes altos e
elegantes como catedrais, que se cruzam no céu e se abraçam, gosto de ver esse
sentimentalismo deles ou esse natural desejo de convivência; passei pela casa
cor-de-rosa e fiquei um bom pedaço sentada nas pedras do jardim, sentindo o calor delas e
do sol e ouvindo já os sons do futuro concerto. Era um ensaio.
Mas já definitiva era a dança das gaivotas no pequeno tanque
quadrado de água doce onde se banhavam e bebiam. Há vários tanques na frente da
casa que levam a água descendo até ao octogonal com a taça em forma de concha e
o repuxo.
A água produz um som ligeiramente esverdeado e suave que é o
background do outro, o do jazz no campo de ténis, mas aqui perto de mim.
Caminhei pelas áleas de saibro avermelhado ao encontro do
lago grande de água castanha onde três patos negros corriam ao
encontro do Coelho da Alice, sempre acelerado. Sigo o som do piano, do saxofone
e da percussão. Persigo o som e espero poder parar no Campo de Ténis. E vou
pensando.
O que me incomoda nas exposições contemporâneas como as que
vi hoje no Museu, é o som. Por vezes, fico sufocada – ele exponencia o efeito
dramático da fotografia ou do que for e eu acho excessivo, talvez não seja
boring como se comprometeram os artistas a não ser, mas não quero ver, não quero
ouvir e fujo… Para o jazz de que tiro grande prazer e que já é música clássica,
aproximo-me do recinto donde vem o som.
De vez em quando, o sol foge abraçado às notas do saxofone.
Acho que este parque liga bem comigo, com esta música e com a ligeira brisa que
toca nas folhas como se estivessem já tostadas e produzissem este fundo musical
que só não é improvisado porque, pelo menos este ano, o vento é uma constante
aqui e é tudo diariamente ensaiado.
Porém, as folhas estão ainda verdes e o som é mais fresco e sedoso
do que parecia. Estou no Roseiral e o perfume é tão suave e encantador que não
chega a ser intenso apesar de tantas rosas e tão perfumadas. As pessoas
vão-se juntando aqui à espera da hora marcada. Sentei-me num banco cómodo
ligeiramente sujo dos pássaros e daí a pouco um casal, passado da meia-idade,
sentou-se a meu lado, ela só depois de ter limpado o banco com um minúsculo papel
branco e de terem ambos discutido o assunto; sentou-se e puxou imediatamente de
uma toalha branca que começou a bordar afanosamente de azul. Fiquei fascinada.
Há quantos anos não via alguém bordar com tanto interesse!?
Assim, num dia de sol, rodeada de pássaros e de rosas
brancas e cor-de-rosa, uma senhora borda sem olhar sequer para o lado, ouvindo a
música do piano ao longe e a da folhagem fresca aqui. Senti-me no século XIX ou
princípio do XX e pensei que sentido tinha chegar a casa e passar esta escrita
manual, tão difícil de decifrar, feita no programa de Jazz no Parque, que
sentido tinha passá-la para o computador, digitalizá-la como se diz?
Preferia mandá-la para os jornais tal qual, entregar isto
para publicação na folha branca, escrita a esferográfica ou a lápis, alguém a
passaria à máquina.
No presente em que estamos em casa a alimentar-nos de agricultura biológica,
sem animais nem inteiros nem em bifes, mas com
muita variedade de algas marinhas, e preparada como se estivéssemos numa tenda na
floresta sem sofisticados aparelhos electrónicos, é tempo de deixar o
computador.
Do Roseiral muito perto, dei uma volta enorme para entrar no
Campo de Ténis como deve ser, isto é, onde quatro controladores me viram o
bilhete. Passei por uma surpreendente oliveira com 1491 anos e ramos frescos e primaveris no alto, um monumento oferecido
pela empresa de azeites Oliveira da Serra, e sentei-me numa boa cadeira por
baixo do guarda-sol gigante que possivelmente ia servir de guarda-chuva; sofri
o vento nas costas todo o tempo, mas fiquei junto dos operadores, dos fotógrafos,
das máquinas cinzentas complicadas e dos fios e cabos negros e emaranhados, das
teclas azuis e vermelhas e amarelas, centenas, certamente todas justificadas.
Passa das 18 horas e estou cheia de sede mas não me atrevo a
levantar: onde me sentaria depois? O recinto está cheio de gente muito animada
e não jovem, por isso, mesmo o ruído do entusiasmo é agradável. Os
músicos são excelentes (não se pensa ou pensa na voz da Maria João) e gostei de
escutar e aplaudir a música original muito portuguesa, certamente com inúmeras
referências da história do jazz americano.
Quase desejava que chovesse para ficar a saber como saem os
sons do saxofone molhados da chuva. Porém, vim embora com frio antes do fim sem que isso
acontecesse.
Mónica Baldaque acabou de publicar um belíssimo livro que intitulou Contos Sombrios.
Contos inspirados nas memórias de alguém que sabe dizer o que a tocou fundo e a relacionou com o mundo. E isto está escrito no livro do
princípio ao fim com estas palavras e com outras.
Os contos são muito bons - são histórias de despedidas, diz-se na contra-capa. Trata-se fundamentalmente de se afastar de uma casa que
vai ser vendida e que se tornou um espaço de memórias e de histórias de personagens que ali viveram, que a narradora conheceu e agora evoca. Talvez
tenham acontecido, talvez não. A autora conta essas histórias "cheias de lacunas e de abismos" como se as tivesse ouvido a essas personagens no
lugar mítico, na casa da Quinta do Douro, onde podiam ter acontecido.
Elas marcam também para a narradora, talvez autora, a despedida de uma época da sua vida que não se vai repetir e de que possivelmente
lhe ficaram saudades.
Comovem-me sempre estas histórias não apenas por serem de despedida mas por se inspirarem em memórias de infância, em episódios que a
narradora viveu ou que testemunhou ou com que sonhou. O que evoca é a época, o ambiente, a casa, as pessoas e os fantasmas que ali viveram – fez de tudo personagens com os seus conflitos, as misérias, os seus desejos, as sombras, as ruínas…
O que admiro na autora é a sua extrema sensibilidade para as coisas do mundo ou de certo mundo, a riqueza da sua solidão tão produtiva, o silêncio que aprecia e a concentração que alcança na procura do caminho do sagrado em si e naquilo que a rodeia. Admiro os seus conhecimentos, a sabedoria, os seus gostos requintados, a sua arte.
Porém, não esqueço que, ao estar desperta e a prestar atenção à sua voz interior, ao questionar e ao procurar a verdade em cada coisa e em cada acontecimento, ao meditar ou ao reflectir sobre isso, ela está a aproximar-se de Deus pelo caminho da espiritualidade. E está, nos seus contos, a convidar-nos para esse caminho de encontro e de transcendência.
“Há muitas coisas de que não me lembro. Outras, lembro-me de as lembrar. Outras, essas
ficam bem nítidas, umas aqui, outras além, e são todas essas que tecem as minhas memórias.
Desde muito pequena que o sei: a minha força, o meu mundo interior nunca ultrapassou os lugares do meu imaginário. Nem vai ultrapassar. Por mais viagens que eu faça, por mais encontros que eu tenha, há um tempo inalterável. E desde criança que lá está tudo, intacto, como um embrulho de raízes.
O som mais longínquo de que tenho memória é o da voz da minha mãe a chamar “mãe”!
Rolava o som pela casa como uma nuvenzinha de partículas frágeis, transparentes, prontas a desagregar-se contra os estores de pano-cru queimados do sol. O som abria-se no quarto do mirante, junto à minha cama, batia na caliça da parede e saía ligeiro pela porta…”
É assim que principia A caveira da tia Assunção. Mónica fala de outros sons – o dos passos, o do vento e o do silêncio das tardes. Este último é o mais excitante dos silêncios.
Espero que apreciem como eu os Contos Sombrios, de Mónica Baldaque.
Nestes últimos dias, estive em Londres, revendo uma cidade que aprecio muito e que não visitava desde a juventude. Fui com uma intenção principal - a de assistir à entrega do diploma de Bachelor of Science, departamento de Psicologia, à minha neta Alice.
Suponho que a cerimónia se faz tal qual desde que a Escola foi fundada no século XIX, aberta pela rainha Vitória em 1886, e resultou da fusão de duas escolas, uma delas fundada pelo Sr. Holloway destinada a receber mulheres para uma educação superior. Hoje é frequentada por homens e mulheres, embora privilegie aquele primeiro objectivo. Isso é muito visível nos graduands que pude ver a receberem o seu diploma - pareceu-me que seriam 90% femininos.
Hoje apenas quero mostrar-lhes algumas fotografias do acontecimento.
Alice espera lá ao fundo pela sua vez de receber o diploma que lhe será entregue pelo Principal. Vejam no ecrã instalado a sobrepor a colecção de pintura vitoriana fixada nas paredes.
O desfile perante a família.
O atirar dos chapéus das três amigas.
Presto
homenagem a Maria José Nogueira Pinto que não conheci pessoalmente, mas que
todos conhecíamos bastante bem desde há anos, em razão da sua presença
constante na vida política.
Acredito
que foi uma lutadora e que defendeu causas boas e justas.
Não
sabia que estava doente, foi completa surpresa a notícia de anteontem. A minha reacção
no momento foi estúpida: como? não se morre assim, sem mais nem menos, de um
momento para o outro, tão nova, tão necessária...
Mas
foi. Foi assim e ficamos tristes e estamos tristes.
Acredito
que foi uma mulher extraordinária que defendeu aquilo em que acreditava com
convicção e entusiasmo, sem condescendência. Sem condescendência… que não leva
a lado algum bom e útil.
Era
muito independente de pensamento e, por isso, não se adaptaria nunca a
disciplina partidária. Ainda há poucos dias a vimos em intervenções políticas
importantes, pudemos ler seus textos de opinião em jornais e na televisão.
Sabemos
quanto era determinada nas suas acções e rigorosa e segura ideologicamente e
culta e, por tudo isso, admirável.
São
estas as características de Maria José que gostava de realçar para que fique na
nossa memória como modelo a seguir.
O meu estado actual é o daquele que percebe quem o outro é ao olhá-lo com serenidade,
deixando que o olhar vá longe e além. Tranquilamente.
Olhando com olhos de ver, só.
Vejo-o como
se ele tivesse um cartaz colado ao corpo que dissesse das suas capacidades. Ou,
querendo aprofundar mais, eu visse uma espécie de catálogo de qualidades que
pertencessem a essa pessoa e que eu pudesse folhear.
E o outro,
esse, é bom ou mau, é isto ou aquilo, conforme valorizo ou desvalorizo o que
vejo, isto é, as qualidades lá inscritas, no cartaz. Porque o que acontece
deixa marcas no corpo e eu posso distingui-las.
Há alguém
que conheço, que analisei, e que digo ser bom ou ser mau, e é-o possivelmente
apenas para mim; e é o contrário, é outra coisa, para outrem. Conforme a minha
valoração das suas qualidades. Que são as mesmas, mas que são boas ou más
naturalmente, repito, de acordo com aquilo a que dou importância. E que pode
depender também do que penso que é melhor para essa pessoa, atendendo às
circunstâncias actuais da sua vida.
Ontem, a
convite de uma amiga, assisti a um espectáculo característico de fim-de-ano
duma escola de ballet. Aconteceu no auditório da Exponor e a sala estava cheia
com pais e avós dos alunos/artistas. No seu género, foi uma representação de
grande qualidade que me deixou encantada e muito feliz.
Dançar é
natural, faz bem ao corpo e à inteligência, e é sempre agradável ver crianças
muito pequenas esforçando-se por fazer o movimento como lhes é indicado, e
fazendo-o com muita graça. E também as
grandes, com mais ou menos talento, contribuíram para o esplendor de luz,
cor e movimento que foi cada cena representada.
A Escola de Ballet de Leça da Palmeira está muito bem classificada, por mim!
Mas o que verdadeiramente me surpreendeu, foram os figurinos desenhados por uma jovem
estilista, de quem já tenho falado a propósito doutros feitos: é a Maria
Rebelo. Os figurinos que ela imaginou e ajudou a executar ou executou ajudada
por outras duas jovens que trabalharam incansavelmente, durante alguns meses,
em todas as horas livres do seu trabalho habitual, isto é, sábados, domingos,
feriados e todos os dias até à meia-noite, esses figurinos foram a causa do meu
maior deslumbramento.
Eram
lindíssimos, com muita originalidade, belas e sofisticadas cores e texturas,
perfeitamente adequados àquilo que queriam representar; fizeram-me pensar como
seria justo aproveitar tanta dedicação e talento em espectáculos maiores, em
grandes teatros para serem devidamente admirados por públicos mais vastos e exigentes.
Pensei isso, porém, por
mais que olhe o cartaz inscrito no corpo da Maria não sou capaz de entender se
ela gostará de desenhar para um mundo mais vasto e composto e elaborado que a
leve às grandes capitais, a Pequim talvez (agora não é Paris nem New York o
lugar cobiçado para grandes espectáculos e grandes artistas).
Que aptidões, ela possui muitas, tem ainda a Maria Rebelo no seu amplo catálogo para dizer
e que eu a folhear, a folhear ainda não descobri?! E quais poderão constituir o melhor para ela, atendendo às
circunstâncias?
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