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Eu era feliz nas ruas desta cidade. Sem arrumadores.
Durante alguns anos, o lugar foi muito melhor para viver que qualquer outro. ELES estavam a ser bem tratados noutro lado e as ruas eram primorosas. Circulava-se e estacionava-se livremente.
Acontece que, agora e não sei por quanto tempo, as mesmas ruas estão cheias de mandões: arrume aqui! Ponha acolá! Faça marcha atrás! Mais para a direita! Mais para a esquerda!
Eu fico a fumegar.
Detesto-os, não por outra razão, mas porque não gosto de ser mandada, sem mais. São repressivos, o que não é de admitir depois de todo o trabalho que tiveram os capitães simpáticos de Abril para nos libertar de espartilhos e de normas.
Apetece-me fazer tudo ao contrário, porque está em jogo, não a vida, mas a minha liberdade.
É certo que às vezes me corre mal. Como há dias. O meu carro estava estacionado, enviesado de frente para o passeio. E, ao meu lado, o da direita, só havia uma árvore acanhada de permeio, estacionado perfeitamente a direito, perpendicular ao passeio. Ao fazer marcha atrás para sair, raspei com o meu o outro carro que era grande, novo, negro e brilhante, e ficou tocado de pó branco numa extensão de um palmo.
Não houve qualquer ruído, apenas uma leve raspadela, um "deslizado silêncio", como diria Sophia.
O suficiente para que o caso me seja custoso, muito custoso ou caro, como é costume: não posso acreditar na realidade dos preços das oficinas de reparação de automóveis. São sempre inconvenientes e desproporcionados, mas que faço?
Da vez próxima (!), vou lembrar-me, não apenas de ter mais cuidado com direcções oblíquas como a da chuva e com rectas, diagonais e perpendiculares de modo que as tangentes não aconteçam, mas de dar valor aos arrumadores.
Afinal sempre podem realizar um trabalho útil, se quiserem.
É verdade que tento compreender tudo.
E é certo que me levo a sério, apesar de saber que, para viver bem, ninguém se deve levar a sério, mas jogar com a vida, com os acontecimentos, e ironizar.
Compreender a história da Hungria, além doutras classificações, é um grande desafio e um jogo. Porém, perguntam-me – por que razão havia de querer compreender a História, particularmente, da Hungria?! Não basta contá-la?
Contá-la sem a compreender é impraticável. A história sendo uma interpretação dos acontecimentos é, por isso mesmo, apenas um entendimento possível.
Para mim, todos aqueles países entre a Rússia e a Alemanha são uma amálgama de terras de diversas cores e formas, com nomes estranhos, habitados por pessoas cujas línguas não se parecem com nenhuma das que conheço. Que andaram sempre em guerra uns com os outros e nunca tiveram fronteiras definidas por muito tempo.
São gente bonita, alta, loira, muito loira e muito alta, e fria, de olhos azuis e queixo que se ergue naturalmente. Olham de cima e eu gosto muito deles que são aguerridos, bárbaros segundo os romanos, e vieram noutros tempos, desabridos, por essa Europa fora até à Península Ibérica. Alguns por cá terão ficado ou, pelo menos, ter-se-ão reproduzido e eu e milhões de outros, habitantes modernos desta Península, somos nitidamente seus descendentes.
(Espero que não me levem a sério quanto a esta última questão)
Mas é que tudo me parece ambíguo e misterioso nesta história. Por exemplo: são os actuais húngaros povos eslavos, germânicos, magiares? Suportaram em tempos invasões de imperadores germânicos, passagem de Cruzados e tentativas de invasão de nómadas: é natural que sejam tudo isso.
O que me parece certo é que houve tribos nómadas magiares originárias das planícies euro-asiáticas que depois de 955 se fixaram na bacia dos Cárpatos.
No ano 1000 constituíam um reino e um estado feudal europeu.
No século XIII os mongóis invadiram o país e devastaram-no, tendo morrido um terço da população .
Depois da reconstrução – foram fortificados cidades e mosteiros e construídos castelos de fronteira – já no século XIV, o reino da Hungria atingiu uma grande extensão territorial. Era necessário que fosse constituído um império poderoso na Europa central para fazer frente aos turcos otomanos que cresciam em poder militar.
Porém, no século XVI com o exército húngaro aniquilado, os turcos conquistaram a Hungria.
"O MEP é um partido novo que nasceu de um movimento de cidadãos sem experiência política.... Como nenhum depende da política nem do partido, há uma noção de contributo em acrescentar valor à política nacional. Queremos acrescentar credibilidade à política numa altura em que os políticos estão muito descredibilizados."...
"Hoje em dia, a política da esquerda, direita e centro está a evoluir para uma política de cidadania, uma intervenção cívica, e este movimento também representa isso. O partido quer acrescentar medidas concretas para a área social, tem a ver com o despertar de consciências da sociedade civil, dos cidadãos; e, depois, na política agir, intervir, actuar."
"Eu acho que todos juntos temos que acrescentar vozes à política de esperança que ficou mais fácil com a eleição do presidente Obama. Ele provou que ninguém consegue atravessar esta crise sòzinho enquanto país e sòzinho no Mundo. Uma Europa unida, mais coesa na sua diversidade é meio caminho andado para atravessar a crise. Neste sentido, acho que estas crises são sempre transformadoras, tempos difíceis e exigentes, mas também são oportunidades de reaprendermos e transformarmos alguma coisa em termos de sociedade, em termos individuais e em termos de paisagem interior. É quando todos precisamos que todos estamos moralmente obrigados a contribuir e a dar."
(Laurinda Alves em entrevista ao Registo on line em 20/4/09).
Reproduzo aqui alguns passos de uma entrevista dada recentemente ao Registo, (on line) por Laurinda Alves e que vi no site MEP Europa.
"... a Xis era uma revista em contra-corrente,... de militância cívica, de expressão de cidadania, de causa, de jornalismo positivo e construtivo. É como se houvesse um princípio de coerência e uma lógica e consequência e agora estivesse a fazer na política aquilo que já estava a fazer no jornalismo, porque eu já não era uma jornalista convencional. Sou uma comunicadora, faço opinião, mas já não era uma jornalista repórter."
"As pessoas não me estranham e eu também não estranho a minha posição. Essa naturalidade faz com que as pessoas tenham uma abertura a esta novidade para verem alguém que responde com a sua vida, que dá esta passo para a política e que está a defender as mesmas causas que já defendia antes."
"Estou a percorrer o país de norte a sul com um duplo objectivo. Por um lado, dar-me a conhecer nesta condição de nova política e de divulgar o programa do partido; por outro, afinar o meu olhar sobre este país real, ou seja, eu conheço bem o país, mas agora procuro ter um olhar muito afinado sobre um país que me candidato a representar na Europa."
(vou continuar)
Isto é apenas o eco da notícia que vi hoje no site do Movimento Esperança Portugal, MEP, e que serve de apoio ao meu post de 18/4 neste blogue
Comunicado de Imprensa
(20 de Abril de 2009)
Primeiro debate de candidatos às Europeias
MEP contesta comportamento discriminatório da RTP
A RTP anunciou para hoje o primeiro debate no “Prós e Contras”, convidando
exclusivamente cinco dos oito candidatos já anunciados. O MEP contesta esta
opção por não respeitar o princípio da igualdade de oportunidades entre
candidaturas e lamenta que a RTP dê um mau exemplo de serviço público.
Nesse contexto, apresentará queixas à Comissão Nacional de Eleições e à
Entidade Reguladora para a Comunicação Social para que seja salvaguardado o princípio de igualdade de oportunidades.
Para mais informações: Inês Menezes (Imenezes@mep /918092217)
www.mep.pt
Comecei com flores e termino com nevoeiro. Nevoeiro branco no verde: há esperança.
Tal como acontece com José Miguel Júdice, pasmo com o silêncio em redor do novo partido político, o MEP, Movimento Esperança Portugal, e da sua representante no Parlamento Europeu, Laurinda Alves.
Detesto dizer o que toda a gente já disse, mas não é verdade que os jornalistas só se interessam por escândalos? Repetem até à saciedade as notícias que eles entendem chamar a atenção do público (que público?) e garantir audiência. E de acontecimentos importantes que nos interessam a todos mas que não têm de imediato o efeito que desejam… desses não falam.
Alguma coisa está errada no pensamento dos jornalistas. A cabeça desses jovens foi torcida na escola de jornalismo ou re-formada de forma errada, e continuou a dar voltas em espiral em sentido desacertado nas empresas onde trabalham.
Pois não é que deviam ser independentes?!
Alguém acredita que o sejam?
José Miguel Júdice afirma que “Em qualquer mercado minimamente eficiente, a entrada de um novo player é saudada pelos consumidores, pois irão beneficiar de ideias novas, concorrência acrescida, menores custos e melhor serviço.” … “Os media … deveriam ter pegado neste novo partido e levá-lo ao colo até que pudesse estar em condições de sobreviver. Pelo menos, deveriam fazer-lhe promoção no valor equivalente ao subsídio que os seus concorrentes recebem do Estado e que para ele não existe.”
E não existe, segundo parece, porque não tem representação parlamentar. E provavelmente não tem assento no Parlamento porque não tem subsídio do Estado. Espécie de pescadinha de rabo na boca.
No novo partido, não tenho dúvida, as pessoas estão a lutar por aquilo em que acreditam e por aquilo em que a grande maioria de nós acredita. Não são ameaçadoras senão em relação ao que não é justo nem verdadeiro, nem solidário...
O MEP, (é visível e palpável), tem uma preocupação principal: a ligação entre desenvolvimento económico e coesão social. E acredita que há novos caminhos e soluções criativas para os problemas de todos.
Tem esperança de que melhor é possível, porque há descontentes com o que se passa - os que acreditam em valores com VALOR e querem agir e responsabilizar-se.
Crê no papel da cultura na construção europeia, na necessidade de diálogo intercultural dentro da Europa e na Europa em interdependência com o resto do mundo.
Está tudo explicado no site do MEP.
A minha amiga Y quer divulgar a história da sua família e propôs-me escrevê-la.
Aceitei agora, ao fim de anos de hesitação, com a condição expressa de ter espaço livre para a fantasia que iria preencher espaços vazios. Não é interessante para mim, é evidente, seguir rigorosamente a narrativa escrita pela mãe da minha amiga, traduzida em Português do Brasil: "as memórias de mamãe".
São belíssimas memórias e eu adoro poder fazer delas não propriamente um romance, não exactamente um livro de história, mas alguma coisa intermédia - o que realmente gosto de realizar.
A história passa-se num período muito conturbado da História da Hungria: são os anos que se seguiram à segunda guerra mundial.
Esta família, como muitas outras, saiu da sua terra nesse tempo abandonando bens, laços, hábitos… para o Brasil, onde começou vida nova. Vai ser necessário investigar a História europeia desse período que conheço muito mal e, pelo que li, percebi a sua dificuldade.
É um grande desafio, mas já não me é fácil pensar noutra coisa.
Irei dando notícias aos meus amigos bloguistas.
Hoje, já longe do Lima e das dificuldades de comunicação por esta via, mostro, nas margens do rio bucólico, os campos floridos de amarelo, as giestas-bravas e o desenho das nuvens no céu azul.
É Primavera agora, meu Amor!
O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor!
(Florbela Espanca)
Dei um passeio tranquilo pelas margens do Lima perto da vila. Colhi bonitas imagens.
É uma giesta-brava esplendidamente florida de branco.
Uma beleza, este rio.
E Eugénio de Andrade disse:
O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
E Sophia disse:
Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
...
É possível mudar a forma de fazer política, temos agora essa esperança. Temos mais do que esperança: já tudo começou.
Teresa de Sousa, jornalista do Público, parece fascinada pelo homem aplaudido pelos oitocentos jornalistas que assistiram à sua conferência de imprensa depois da reunião do G20. Que, afirma ela, não podiam todos ter-se transformado numa “horda de idiotas acríticos”. Fala de carisma, de capacidade de inspiração e das suas extraordinárias capacidades de comunicação.
E há mais e mais importante. “Ele envolve-se nas questões e responde com uma inteligência, um rigor, uma sinceridade” absolutamente raras num político.
É isso.
Marca um ponto de viragem, uma ruptura. É possível pensar e falar de política de outro modo.
“Venho para ouvir, para aprender e para partilhar”. Não há desmesura nem orgulho.
Não assim Angela Merkel, não assim Sarkozy. Que tristeza, Sarkozy! “O mundo visto dali era muito pequeno”, diz Teresa de Sousa.
Gosto de ouvir e de ver Obama. Aprecio as suas atitudes, os gestos, a expressão do seu rosto, a profundidade do olhar, a suavidade e a firmeza, a segurança, a naturalidade. Não, não está a representar.
“O que ele diz faz sentido, faz um tremendo sentido”. As suas palavras seduzem sem falácia, têm um poder legítimo. Permitem pensar num mundo novo. À nossa medida.
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