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Promover o debate público de problemas do nosso tempo, é singularmente importante num momento em que temos muita dificuldade em entender o que se passa no nosso País e no mundo.
Em Serralves, à sexta-feira à noite e até ao fim de Fevereiro, haverá debates entre especialistas e público interessado nos diversos temas propostos. Foi disso, do que se passa,que se falou na semana finda, e continuará a falar.
O auditório estava cheio e podia prever-se um debate entusiasta se a exposição do tema pelos especialistas e moderador não se prolongasse. Podíamos ter ficado a noite toda se o cansaço não viesse…
Havia poucos jovens na assistência, notou Rui Moreira, como se o futuro não fosse principalmente deles e com eles. Adriano Moreira falou da maneira equivocada como os problemas dos mais velhos estão a ser tratados nas nossas sociedades ocidentais: eles são os que não produzem, por isso, já não são precisos, são os que despendem e, por isso, estorvam.
Esquecem-se de muitos factos, os mais novos: o de quanto os mais velhos produziram para eles e ainda de como chegará muito mais brevemente do que imaginam o tempo de eles serem os mais velhos, de não produzirem e de serem postos de lado.
Não sabemos como resolver este e outros problemas da sociedade. Os palestrantes estão de acordo. Dizem que o futuro depende da forma como o colocarmos no nosso presente.
Os partidos que temos e as soluções políticas que apresentam não nos servem. Foram criados num tempo em que os problemas eram outros. A sociedade evoluiu, os partidos ficaram sem conceitos estratégicos.
A salvação pode ser a sociedade civil - tem que se movimentar, está a movimentar-se.
Adriano Moreira citou em várias ocasiões Sophia que repetia: “devemos ser activos, combativos e pacíficos.” Poderemos conseguir?
Actualmente, faltam na Europa vozes encantatórias, continuou. Pode ser que “o imprevisto vá ter uma oportunidade”, pode ser que vá haver uma surpresa e que surja uma nova forma de sociedade em que a palavra tenha um poder. Em que não prevaleça a palavra do poder.
E falou de comunhão de afectos. Disse que não venceremos nenhuma crise sem “comunhão de afectos”. E que não podemos querer que haja um “desamor da Europa”, mas sem dúvida, a voz da Europa vai enfraquecendo no mundo. Já não é exemplar como foi em termos técnicos e científicos.
Esta é uma época de fraquezas, mas interessa aos Portugueses não perderem valores. Vamos desistindo de valorizar a nossa cultura ao contrário do que fizemos em tempos, sem a impor, no mundo que íamos descobrindo?!
Podemos desistir dos incompetentes mas não dos outros, disse, referindo-se decerto aos jovens que saem do país para estudar e trabalhar onde encontram melhores condições.
Estarão a investigação e o ensino a ser postos de lado em troca de uma próspera economia de mercado? interrogou A.M.
Pessoalmente acho que tudo está a ser posto de lado em prol de uma próspera economia de mercado. Mas a minha esperança é que a próspera economia de mercado não necessite pôr de lado tudo o mais a que damos valor.
(vamos continuar a tentar dar uma ideia do que, a este propósito, se vai dizendo em Serralves).
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