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Há sempre resposta para uma pergunta?

por Zilda Cardoso, em 20.10.13

Esta é a minha nova aventura: tenho uma casa onde temporariamente vou estar. Carregada de tralha que não vou usar, colocada em caixas, caixinhas, sacos e saquinhos negros inclassificáveis, apesar de terem letreiros colados supostamente para se saber o que contêm e escondem. Isto é… nada. Nada importante.

Espalham-se pela casa, acumulam-se em certos sítios, proliferam.

A mistura de objectos é diabólica e não há coisa alguma, por elementar, que se encontre. Que eu encontre: nem  café nem bolachas de alfarroba nem um copo para beber água quanto mais água bebível!

Um desespero! Ou uma diversão!

Mas não tenho roupa para vestir, essa é que é essa! Para tomar banho tenho água, já é alguma coisa.

Não existe telefone, nem televisão nem internet.

Há uma cama extremamente confortável onde vou dormir tranquila. De certeza.

Amanhã veremos. Falamos.

Veremos e falaremos sobre se é urgente tratar algum dos assuntos desinteressantes que a minha agenda inclui.

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publicado às 11:27


9 comentários

De Vicente a 20.10.2013 às 15:00

Engraçado texto seu e tão verdade!

A data de tralhas com que vivemos ao longo dos anos e de repente numa mudança, tornam-se num pesadelo, por dispensáveis...

Cada vez mais sou apologista de casas minimalistas, com o essencial sem rócócós e muitos bibelots...estáticos, bolorentos....daqueles que não levaremos no caixão!

Nessa dita casa minimalista até pode estar cheia...só que de coisas que me dêem prazer de ver serem usadas quer pela vista, quer pelo coração, quer pelo desgaste do tempo.

As menos importantes substituem-se: tomemos o exemplo de uma colher de pau...quando começa a ficar mais carcomida, compra-se outra.

Colecções de coisas inúteis: basta-nos já as da nossa vida e são tantas.

Bom Domingo e nada de precipitações, vá lá tirar uns vestidinhos vistosos...quero-a ver janota:-)

De Zilda Cardoso a 20.10.2013 às 15:35

Tão simpático como sempre, obrigada.
Têm sido uns dias terríveis... de trabalho... de aborrecimento...de tentativas de escolha, quero dizer, tentativa de fazer escolhas difíceis entre coisas inúteis. Quem me dera não ter nada para optar. Quem me dera não ter que ser justa! Quem me dera poder actuar livremente sem complicadas considerações!
Até breve!

De Sofia Freudenthal a 20.10.2013 às 15:53

Sempre ouvi dizer que, a "tralha" que nos rodeia, é refelxo da nossa "cas" interior. Acreito plenamente Zilda, que neste momento, precise de "aarumar" ambas as casas. Vai ver o alívio que fai sentir quando se desfizer de todas essas coisas que lhe parecem inuteis. Agrre nelas e pura e simplesmente dê. Há sempre quem precise.
Sabe que tenho uma filha :-) que herdou um bocado essa politica de guardar tudo. Tem sido um desafio fazê-la deitar fora/dar coisas que ela julga imdispensáveis?
Tem sido uma batalha....
Sou mestrada nessa arte de dar, dar, dar....com tanta mudança que temos feito, não me tem restado outra solução. Qu alívio!!
Quamto a roupa, qualquer peça de roupa lhe fica lindamente. Tem coisas lindas.
Não pense, vai ver o alívio.
Um abraço e boas orte

De Zilda Cardoso a 21.10.2013 às 16:15

tudo isso é verdade! é o que tenho estado a fazer... mas sabe, as coisas renascem como a fenix. e eu não lhes vejo o fim. Dou e gosto de dar. Mas tenho uma preocupação: quero saber que dou a quem isso faça falta ou que goste do objecto em questão. Acho estúpido dar à sorte. E aquela preocupação leva-me às escolhas que me dão imenso trabalho. Não sei fazer doutra maneira e não quero.
Por essas e por outras... vou trabalhando no duro.
Obrigada, Sofia.

De Vicente a 21.10.2013 às 17:15

Zilda, tive uma grande ideia: faça um leilão e depois com o dinheiro dê a quem mais precisa.

Um tipo de chá tupper-ware...ahahahah...nada o seu género, aonde convida umas ricaças dá-lhes chá e scones, elas falam mal de toda a gente, a Zilda desliga e no final passa uma bonita taça de prata a recolher o "caroço"...ahahah e elas levam para casa todo um acervo patrimonial nada despiciendo...eheheeheh

Hoje acordei meio amalucado, ja tive duas reuniões, mas a sagesse ainda não veio...se calhar sou irrecuperável...

De Zilda Cardoso a 21.10.2013 às 18:16

Claro que é irrecuperável!! Há alguma dúvida sobre isso?
Um leilão podia ser uma boa ideia. Ainda não desisti de todo!

De Vicente a 21.10.2013 às 18:22

Veja este link...muito interessante e sobretudo vindo de um irrecuperável...assim confirmado com tanta crueldade e convicção...sniffff

http://vimeo.com/54137303

De anónimo a 22.10.2013 às 16:01

Boa tarde!

Que "belo" texto! Digo deste modo porque o sinto muito real.
Não há nada mais desinteressante que procurar coisas guardadas, porque ainda podem servir, e na altura exacta, não se encontra nada do que nos faz falta.
Padeço desse mal, mas não tenho cura. Ás vezes, lá me dá um acesso de me livrar de certa tralha, e é um alívio.... parece que há uma renovação celular... fico a respirar melhor...
Oxalá que encontre o momento certo para o fazer.
Veramaria

De Zilda Cardoso a 23.10.2013 às 09:56

Concordo consigo e é o momento certo para me livrar de muita tralha.Muito obrigada. É sempre bom saber de si.

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