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O meu passeio de ontem ao fim da tarde foi proveitoso e agradável, apesar dos altos ruídos dos motores dos carros de corrida que treinavam para as provas do Circuito da Boavista, no Porto.
Consegui esquecê-los e ouvir os meus próprios pensamentos por entre a ligeiríssima brisa que suavizava o calor do dia e tornava tudo aprazível.
Que bom que é o Verão aqui.
Que bom que é o Verão! Quereria que fosse sempre como hoje, sem nenhuma ruindade a interferir.
Caminho sobre o mar, separo as águas e caminho. Estou seduzida, lembro quanto já escrevi sobre este passeio e como de cada vez encontro novas seduções, diferentes motivos para estar feliz, perfeitamente conquistada.
Hoje... espero estar a fazer uma leitura lúcida dos acontecimentos. Dantes, preocupava-me muito o não chegar nunca a ter a certeza fosse do que fosse. Agora sei que é assim mesmo, que estou certa.
Por isso, as máquinas e os seus copiosos e ruidosos motores não me incomodam, nalguma perspectiva trazem benefícios. Numa perspectiva e para alguém. E dão um ar de festa ao oeste da cidade.
É o tempo de isto acontecer. Não podemos levar a mal.
Na escola, ensinaram-me a pensar e a escolher. Participo da espécie de élite que age depois de pensar e chegar a uma conclusão, sopesando o que considera importante ou antes, muito antes, pesando cuidadosamente tudo e fazendo contas, somando de um lado, somando do outro, comparando. Contas complexas que levam em consideração elementos de ordens muito diversas, espirituais e temporais.
(onde estão os patos? e os cisnes? e as malvadas gaivotas?)
Fico inquieta muitas vezes. Preocupo-me com as consequências do que quer que seja, de quaisquer actos, se bem que saiba que o que é humano não é previsível nem definitivo (excepto uma única coisa). Por isso, o meu desassossego não é dramático: veremos a seguir. Amanhã é outro dia, dizem.
Amanhã, domingo, é o último dia deste cenário ritual.
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