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Estive no Museu Picasso em La Ribera. É constituído por cinco palácios dos séculos XIII e XIV de estilo gótico catalão com pátio interior e escadaria de acesso aos andares. São lindíssimos, cada um tem a sua história e eu fiquei com imensa vontade de morar lá, desde que tivesse uma pequena janela para espreitar o mar, o que não seria impossível. Embora aquele mar não seja o meu mar – seja pacífico e morno e de cor densa… - seria bom poder também ver para o longe sem interferências.
Fiquei muito emocionada com a extraordinária recuperação dos edifícios feita, suponho, há cerca de 50 anos. É a beleza pura da arquitectura que combina, não sei como, com poesia e com música, com pensamento e com realidade.
Havia a colecção permanente de pintura, desenho, gravura e cerâmica e a temporária, um impressionante conjunto de auto-retratos de Picasso desde os primeiros anos. Valia a pena ficar ali a tentar descobrir os seus pensamentos para além do espelho.
Da colecção permanente, diverti-me quase tanto como Picasso com o quadro As Meninas segundo Velasquez.
Recordo bem o quadro de Velasquez que analisei com pormenor há uns anos e li a perturbadora análise de Michel Foucault. Que diria Foucault desta obra de Picasso?
Gostava bem de saber, lá estão os pormenores todos: a infanta Margarida, o cão, os anões, as damas de honor, o cortesão que entra no estúdio, o casal real a ser pintado, talvez o espelho que os reflecte, o pintor voltado para o espectador que sou eu e a sua tela de costas para mim…
O quadro é considerado uma das mais importantes obras da arte ocidental e fascinou Picasso que parodiou o tema e o quadro. Ou se inspirou nele, o recriou e interpretou 58 vezes, tantas as obras que estão nas salas deste Museu.
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