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Fazer da vida uma arte

por Zilda Cardoso, em 20.05.13

 

“Mas afinal o que é isso da neuroplasticidade? Como dizem as palavras, os nossos neurónios moldam-se, arranjam-se, dançam, entrelaçam-se, abraçam-se entre eles num pulsar constante e sempre em resposta às nossas interacções com o meio ambiente, quer sejam de carácter profissional, emocional, alimentar, artístico, físico ou qualquer outra dimensão pessoal ou colectiva”. (Minnie Freudenthal, no site deoutramaneira)

Se bem que pense que pode haver interacções com características desconhecidas a influenciar os nossos neurónios e as suas danças, acredito que devemos interagir o mais possível com o meio ambiente em geral para os mantermos vivos e nos mantermos em bom estado mental. Com possibilidade e a esperança de estarmos suficientemente jovens, nesse sentido, até ao fim dos nossos dias.

Conheço quem mantenha uma memória extraordinariamente viva apesar dos oitenta e  muitos e não tenha de forma visível nenhum contacto com um mundo de ideias complexas, quero dizer, capazes de se entrelaçarem e complexificarem. Os seus interesses são necessariamente, como dizer, simples, mas é bem capaz de discuti-los com bons argumentos. Assuntos de interesse geral? Assuntos que dizem respeito a todos nós? Políticos? Temas da sua vida, há muitos anos, caseira, muito ligada às compras, à cozinha, à ordem, ao asseio da casa e do jardim - às plantas, aos cuidados na sua manutenção e alindamento… e, em geral, ao bom funcionamento da pequena casa familiar, com independência.

Tem recordação daquilo que sabia, e continua a saber. Será ocasião ainda de grandes movimentações…?

Terá feito durante a sua longa vida e continuará a fazer conexões entre as células diferenciadas do seu cérebro de modo a ter no presente uma maior complexidade nessa “extraordinária rede cerebral”?

O que sabe agora é mais profundo e mais experiente do que o que conhecia há cinquenta anos. É o que a leva a agir.

Será um agir mais inteligente, mais lógico, mais ético, não sei. Tem uma maior capacidade de raciocinar, de resolver problemas, de aprender? De compreender o mundo e o sentido das coisas?

E será capaz de inventar, de criar coisas novas, de imaginar?

Parece-me, a propósito, que sendo os mais velhos um grupo que tende a ser maioritário, há que pensar no modo de aproveitar os seus saberes.

Para aliviar o sacrifício dos mais novos que se queixam… (embora os mais velhos tenham descontado para as suas reformas), é necessário aproveitar experiências de vida e inteligência.

Estou a falar dos que podem ter perdido em parte as suas competências físicas, mas conservaram as intelectuais. Falo de pessoas que podem ajudar a  ver mais longe e a reflectir com maior ponderação acerca de temas que interessam a toda a sociedade.

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publicado às 12:20





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