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Encontro hoje aqui poucos indícios de Primavera...
Nem a música nem a dança… Que perfume?
A espuma branca das ondas salta alto nos paredões
e uma neblina espessa cobre o longe para leste.
Mal vejo a ponte da mesma cor sobre o rio.
A passarada no estuário saiu inquieta para novos covis.
Pesados ramos de palmeiras caem sobre os passeios
enquanto circulam em grandes apuros visitantes soltos
agarrados aos casacos e a embrumados cabelos.
As pombas confundem-se e voam sem saber para onde
ou sabendo… como as gaivotas jogam contra o vento.
Denso é agora o céu acastanhado doloroso…
E o mar frisado, não sei descrever, enrola-se
em minúsculas ondas bravas, selvagens
que desagradam aos apaixonados-pelo-deslize-nelas.
São dispersas e organizadas como numa teia ou trama ou tela,
e progridem apressadas para o grande rio eterno.
De súbito, alguma coisa resplandece perto de mim,
ali, ao meu lado, um sonho?, um lampejo que me faz acreditar de novo
que a alegre colorida Primavera não se foi para sempre.
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