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Depois de pensar como é veloz o tempo e, para mim, inconveniente e despropositado nessa sua velocidade, tenho considerado o que fará o tempo parar. E se será proveitoso.
Cheguei a algumas não conclusões mas possibilidades. Estar feliz pode ser uma delas. Estar feliz pode fazer parar o tempo, é uma ideia básica e pode estar certa. Mas como posso estar feliz, completamente feliz… para poder parar o tempo?
Esta é uma das dificuldades: tenho que descobrir como é para mim estar feliz? Ou ser feliz?
Outra dificuldade é: quererei que o tempo pare para sempre ou por momentos?
Será melhor esquecer o parar para sempre, isso significa ininterruptamente outra coisa, não é verdade?
Não sei o que significa.
Não posso compreender. Como chegarei ao entendimento disso? Falar dele, do sempre, é fácil, compreendê-lo é diferente coisa.
Parar por momentos… é outra hipótese. Em relação ao que pensei anteriormente, tenho que me interrogar sobre quanto tempo preciso para envelhecer com sabedoria, com a satisfação da perfeição e do equilíbrio e com acesso àquela “maneira de ser que determina a qualidade de cada instante da nossa vida”. À alegria enfim que será de cada momento… de quantos?
O que importa é ter uma vida que me ocupe de forma satisfatória, física e espiritualmente. Não haverá outra forma de ser feliz senão estar satisfeito com a sua vida, seja ela qual for, a de varredor da rua ou a de presidente da república, e sejam quais forem os acidentes com qualquer delas relacionados.
Sei que tenho que ser paciente como o Sol que se não cansou até hoje de aparecer e tentar inundar de claridade um céu enorme e redondo. Por vezes, há sobre o céu uma camada superficial de nuvens azuladas que encaracolam e se enrolam e ficam espessas e com formas interessantes. Talvez uma luz abra fendas nela e brilhe intensamente por trás. Eu não sei se é o Sol que está lá e eu não vejo; calculo que seja e vá percorrer o seu caminho pacatamente e com poucas variantes, e desapareça no lado oposto, no mar, em frente à minha varanda, como sempre sucedeu. É essa a ocupação do Sol e seja o que for que aconteça, seja qual for o meu pensamento, ele irá (enfim, assim o espero) continuar a iluminar a metade de mundo que eu posso conhecer e que, desse modo, se modifica radicalmente para meu bem.
Cada um descobrirá na sua ocupação elementos simples, isto é, brilhantes, e terá intuições e fará tentativas originais para resolver problemas, todos os dias ou de vez em quando. E será realizado o que se propôs realizar porque terá tido tempo de “pensar, de experimentar, de recordar, de apreciar as cores, de amar o outro, de interpretar, de cantar, de ouvir a música e de dançar bem e de acordo”. E de ser altruísta.
Nada sairá mal porque isso, esse nada, estará em condições de ser feito quando for feito. E será bem feito.
Será então que farei o tempo parar… que serei feliz. Se é para sempre, se por momentos, poucos ou muitos ou se por um só… não sei.
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