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O herói do meu desvanecimento

por Zilda Cardoso, em 01.10.08

 

Há duas semanas, tive uma célebre reunião com Laurinda Alves no Porto, no Clube Inglês, onde conheci o Bento Amaral  e a Maria Angélica.

 

Tanto um como outro, são heróis do nosso tempo, aqueles que conseguem superar dificuldades e, desse modo,  aproximarem-se da excelência. Ou dos deuses, se quisermos usar a linguagem dos clássicos.
Eles são melhores que o comum dos mortais em tudo, têm coragem para as mais nobres acções e talento para as realizar. Talento que não nasceu com eles, mas que souberam engendrar para si próprios ao longo da vida.
Aprecio a tranquilidade e a simplicidade, o sorriso e o olhar bom, o seu estar-de-bem-consigo-e-com-os-outros de Bento do Amaral que apesar das suas limitações físicas, constituiu família, tem um trabalho de que gosta e em que é um dos melhores, e tem o seu  desporto de competição em que atinge as mais altas classificações. Não arreda pé, não desanima, tem força e poder, mas é um ser humano que sofre e se apaixona e se sacrifica.
Os heróis são seres humanos comparáveis com os deuses, os deuses assemelham-se aos heróis com uma diferença fundamental e que finalmente os distingue: os deuses são imortais. E é ao tentarem aproximar-se deles, ao procurarem a imortalidade que os heróis se excedem. E excedendo-se, “libertam-se da lei da morte” e podem e devem ser cantados pelos poetas.
Não sou capaz de os cantar em versos epopeicos como fizeram Homero, Vergílio, Camões, nem as suas virtudes são guerreiras, felizmente, mas sei que não faz sentido que estejam na sombra. Têm que ser identificados, tenho e temos que falar deles, que escrever sobre eles, mostrá-los para que sirvam de modelos - modelos de virtudes.
Bento do Amaral ama a vida, a mesma vida que me toca pelo que tem de singular.
Acho que encontrou um sentido para a sua existência, o que não é pequena coisa.

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publicado às 15:16


2 comentários

De Laurinda Alves a 02.10.2008 às 00:54

Querida Zilda, acabei neste minuto de publicar no meu blog as crónicas que escrevi na sexta-feira passada para o Público depois das conversas com o Bento Amaral e o que fiz a seguir, antes de desligar o computador, foi vir ao seu blog ler o post do dia. E dei com este texto maravilhoso inspirado numa pessoa tão inspiradora como o Bento. Comoveu-me a sintonia (ou sincronicidade cósmica ou a coincidência ou, quem sabe, o milagre) mas também me comoveu a sua maneira de o (d)escrever. Obrigada por este embalo para um bom sono com bons sonhos. Hoje adormeço como as crianças que adormecem no sofá da sala ao som das vozes de quem conhecem e amam. Acho que me percebe.

De Augusto Küttner de Magalhães a 02.10.2008 às 15:38

Excelente esta "sintonia" entre a Zilda e a Laurinda que nos envolve - se me permito assim "0" assumir - a todos os que somos frequentadores destes dois muito bons blogs. Quanto ao Bento Amaral, sei que é "alguém" que é um exemplo vivo para todos nós, pela força com que vive a vida, mostrando-nos como por vezes situações complicadas e simultaneamente dificeis são superáveis e suportaveis (não sei bem qual a ordem!!!!). O Bento tem um lugar muito bem conceituado no IVDP e no desporto de alta competição e tem família, tem mulher, consegue ser feliz......é um exemplo para tantos que perdem oportunidades - irrecuperáveis - de não saberem ser felizes quando tudo têm para o "deverem" ser. A Laurinda muito justamente tem vindo a dedicar largos espaços do seu Espaço no Público ao Bento, o que é um mérito para ambos, e agora temos aqui a Zilda a fazer o mesmo e nunca é demais fazê-lo bem pelo contrário!

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