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Dos lados da estrada...

por Zilda Cardoso, em 04.11.12

 Retirei esta imagem de A origem das espécies: mostra fotografia de José Alfredo Almeida tirada o ano passado nas termas de Moledo.

Nos lados da estrada… tapete... tapetes de belas cores e estruturas quebradiças e soltas, dois metros de largura e comprimento infinito…São antigos? São ocidentais, tecidos, cada outono, pelo tempo nos ramos altos das árvores. São modernos.

Senti-me bem, caminhando no centro sem saber para onde… Que bem me senti!

Alguém ali colocou aqueles brilhos cor de fogo dourado que me pareceu terem saído de um vulcão ainda longe de explodir, o que ia acontecer a seu tempo e espalhar-se pela superfície da terra, causar os seus estragos e as suas benesses…

Estou a habituar-me a ver, todos os outonos, este esplendor a que não dava importância, sempre voltada para a Primavera, para o sol e o azul, para as manhãs, para outros fulgores.

O Outono tem encantos, tem tesouros e sabedoria, música e silêncio, tem o perfume seco, a sua beleza, um certo calor: compreendi.

Continuo a não estimar o que se seguirá. Porém,  este é o meu presente. É o meu presente e enche-me o coração.

 

 

 

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publicado às 17:54


5 comentários

De Vicente a 05.11.2012 às 16:32

A pequena angústia é o que deve sentir...com essas árvores e belo parque tudo passará...

Mais perto de mim são as estrelas
neste jardim,
do que os homens sentados a meu lado.

As estrelas brilham.
Os homens falam
lá entre eles.

Não escutam o silêncio
os homens que falam
neste jardim.

As estrelas falam
perto de mim.


Ruy Cinatti

De Zilda Cardoso a 05.11.2012 às 18:42

O meu texto mostra que estou de bem com o Outono de que não gostava. Não há angústia nem longe nem perto dessas árvores. São tão belas as cores afogueadas...
É um belo poema esse do Cinatti (não está bem escrito, pois não?)
O silêncio é sempre bom de ouvir... E sob essas árvores altas ainda se ouve melhor. Mas eu não estive nesse lugar, estive na minha rua lateral que tem árvores altas mas raramente silêncio, para dizer a verdade. Às vezes, porém, nesta mesma rua, escuto as estrelas, como o Ruy, que estão tão perto de mim e falam tão baixinho que não quebram o silêncio. Às vezes. E eu fico feliz por estar aqui.

De Bijuteria e Acessorios a 11.11.2012 às 18:47

Olá,

As termas de moledo são realmente um local magnifico, passei lá 4 dias inesquecíveis. E paisagens como esta que está na foto é o que nos faz recordar e trazer na memória este local.

De Isabel Maia Jácome a 12.11.2012 às 21:55


Querida Zilda
... confesso-lhe que gosto muito, muito do Outono.
As cores, as árvores que se incendeiam, os tapetes no chão que parece estender-se muito para lá de nós, mas muito para dentro de nós também... o som crocante das folhas, o cheiro a castanhas assadas, o frio que retorna aos poucos...
... tocam-me as cores vivas... vivas e quentes...
...o céu quando descobre, as nuvens que se acastelam ou desfazem em torrentes, ou simplesmente se chegam e nos envolvem em neblina pura e fria...
...gosto do mistério que envolve...
Gosto mesmo, mesmo muito, do Outono... e vivo-o, ou procuro vivê-lo também eu, como diz, neste meu presente que desejo mais intenso, verdadeiro, atento, vivo... mas que necessito mais tranquilo na minha busca inquieta. Preciso. E este Outono, particularmente, desejo que me faça bem... que me ajude a reencontrar o tal caminho que, faz tempo, me parece esquecido no turbilhão de ruído que nos cerca (de que me deixei e deixo sucessivamente rodear) e nos desvia do presente... do encontro mais intenso connosco próprios, com os outros, com o mundo, o universo.
Obrigada pelo seu texto de que gosto tanto.
Obrigada pela sua partilha e pela sua descoberta do Outono, diferente...
Com muitas saudades e um carinho enormes,
Sempre,
Isabel Maia jácome

De Zilda Cardoso a 13.11.2012 às 06:45

Muito obrigada, Isabel. Gosto muito das s/notícias e dos seus comentários.

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