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Saber que este é o ano europeu do envelhecimento activo e da solidariedade entre gerações só é importante porque o tema é do interesse de toda a sociedade e merece por essa razão ser discutido.
É actual, portanto.
E conveniente.
É conveniente e oportuno por ser este um momento de crise que não é especialmente económica – merece uma revisão total das ideias aceites há muito e que nos levaram já tão longe quanto não desejávamos ter ido.
Quero dizer, temos recebido e gozado os benefícios dos regimes muito evoluídos economicamente, mas começamos há algum tempo a conhecer o reverso da medalha e a sofrer os prejuízos. O que nos leva a crer ou a julgar que estamos a exagerar nos desejos de abundância e de democracia. E que nos devemos inquietar.
Há muitas pessoas que estão a preocupar-se. E a não ficar apenas pela preocupação, felizmente.
Foi apresentado por Mário Crespo na Gulbenkian um livro com textos de Laurinda Alves e fotografias de Isabel Pinto que fala de sete projectos que em Portugal foram apoiados pela Fundação.
Rui Vilar falou com carinho e interesse nestes empreendimentos que foram desafios bem sucedidos e aconteceram, estão a acontecer, em Lisboa, em Aveiro, em Beja, em Bragança, em Foz Côa e em Leiria.
Vou falar muito sobre o tema – quero transformá-lo na minha CAUSA para os próximos anos; neste momento, reproduzo algumas palavras de Laurinda Alves a partir do livro Entre Gerações:
“A solidariedade entre gerações nem sempre é espontânea, mas pode ser construída. Ensinada, aprendida, treinada e estimulada de forma a haver mais continuidade e proximidade entre gerações”.
“A partir dos 60 não criamos filhos, não estamos em período de construção profissional e, talvez, já não estejamos numa fase de descoberta amorosa”, dizem os que vão avançando na idade”.
“Convém afinar o olhar e perceber que a idade maior pode não ser só um período de declínio”.
“Sabemos que há diferentes maneiras de envelhecer…”
“Numa sociedade que cultiva o mito da eterna juventude e ignora, desvaloriza ou despreza os idosos, é importante não ter ar de velho. Como é que isso se consegue? Tentando permanecer curioso, móvel, autónomo, presente e próximo. Como é que isso se faz? Com a ajuda das gerações mais novas, até porque estas vivem na crença de que são eternas e invencíveis”.
(A imagem representa a capa do livro de que se fala, com fotografia de Isabel Pinto - é um avô e uma neta da zona de Foz Côa em amorosa interacção. Talvez sejam de Castelo Melhor, origem de alguns dos meus ancestrais. O vaso do coração natural, que eu rego e acarinho todos os dias, foi-me oferecido por uma grande amiga a quem presto homenagem).
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