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história dos meus descobrimentos

por Zilda Cardoso, em 20.02.12

Todos os dias faço a minha viagem… à Índia, posso revelar. E escrevo sobre ela: é a minha epopeia. Às vezes, mostro-a a quem a quer ver, outras vezes, não.

A originalidade da minha epopeia é que volto todos os dias a casa e todos os dias parto de casa. Talvez cada dia vá mais além, mas regresso e saio do mesmo lugar.

Nas minhas viagens/aventuras, atravesso desertos e terrenos férteis e belas paisagens, montes, planaltos, vales, rios e estuários,areais e mares. Subo a pulso ao alto das montanhas mais altas, vejo o mundo todo em redor e fico feliz, muito feliz. É um mundo de amendoeiras brancas e cor-de-rosa e de oliveiras azuladas plantadas a compasso, entrelaçadas, floridas e perfumadas.

 

 

 

 

Tenho amigos que me ajudam a subir e no caso dos desertos, retribuem com água fresca a que lhes ofereci, nos desertos deles.

Sempre saí mais forte de tudo isso, mais rija, mais livre, mais capaz, preparada para a próxima.

De resto, simulo sempre uma suavidade que não é minha, escondo a resistência que é cada vez mais minha.

 

 

 

  Acontece que aprecio o deserto, as cores discretas, certa secura, ausência do que é supérfluo, a beleza das coisas simples de linhas clássicas, as que não vão envelhecer, que não vão deixar-nos sós apenas porque já estávamos sós.

  

 

 

Persistirei na minha caminhada até ao limite que não sei ainda onde é ou quando; é por essa razão que continuarei a caminhar com esperança, e encontrarei os que estão lá com o seu ombro, como se diz no poema de Pedro Roberto Gaefke, o que circula no presente na internet. Os oásis ou a minha Índia. Não é possível não encontrar, ela só pode estar lá, no fim da minha caminhada.

  

 

 

 

O herói da minha aventura não é o Ulisses nem o Gama nem o Bloom 1 nem o Bloom 2, quero dizer, nem o do James Joyce nem o do Gonçalo Tavares, que não sei porque ambos se chamam Bloom.

  

 

Eu serei narradora e heroína-de-trazer-por-casa, protagonista de uma grande história de descobrimento, cheia de conteúdo e sugestiva e talvez com considerações filosóficas sobre grandezas e misérias. Pois não é isso a nossa vida?

Relatarei, pois, as minhas façanhas.

 

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publicado às 20:08


6 comentários

De Anónimo a 21.02.2012 às 18:47

Zilda,
A sua forma de escrever mudou. O que mudou em si?É a pergunta que lhe deixo, curiosa...
A ausência de comentários é a prova de um espanto das pessoas habituadas a comentar os seus escritos. Vá por aí!

Mónica

De Zilda Cardoso a 21.02.2012 às 19:02

Obrigada, Mónica, pelo seu comentário. Terá razão? As pessoas ficaram surpreendidas com a mudança na minha escrita?
O que mudou em mim?
Dizer a minha opinião sobre isso... fica para uma próxima reflexão. Entretanto, vou-me dando conta do que aconteceu em mim, se alguma coisa aconteceu.

De Isabel Maia Jácome a 22.02.2012 às 00:54

Mónica... perdoe a intromissão, já que não a conheço mas respeito, pelo muito respeito que sinto que a Zilda tem por si...
...será que realmente mudou?
...ou serei tão cega que, acabando por sentir-me a ler nas entrelinhas, já leio a Zilda desta forma faz muito tempo? Claro que não desta forma todos os dias... mas sempre para além das palavras... não acha?

...mas acho que entendo o que diz.

...e apetece-me dar os parabéns à Zilda, seja pelo que for de maior ainda que se passa dentro de si própria e que lhe salta e nos salta à vista... ou ao coração que desejamos BOM!...

Fico, creio que ficamos todos felizes por ela...
Obrigada e desculpe... não resisti.
Isabel

De Isabel Maia Jácome a 22.02.2012 às 00:31

... e eu estarei aqui para me deliciar e caminhar por minha vez nas minhas viagens, ora paralelas, ora procurando que se cruzem algures com a suas. Apenas parto, parto todos os dias... e regresso também.
...e agora, com menos consciência dos pormenores que me escapam de cada dia, enquanto mergulhada sob a capota da façada em que me meti... refilo, refilo... mas, embora refile, tiro o meu quinhão de felicidade, porque tudo na vida é mesmo uma viagem e uma grande aprendizagem.
Bem haja, minha amiga.
Lindo o seu texto! Imensas, as saudades de aqui vir e a outras paragens... mas saborosos, mais saborosos ainda, estes dias em que em algumas escapadelas, venho até aqui e ali...
Obrigada
Isabel

De Vicente a 22.02.2012 às 16:22

Olá Zilda!

Pois acabadinho de chegar do Brasil ainda com confettis e serpentinas por ter desfilado no Sambódromo, aqui lhe deixo o que penso lhe terá acontecido!

A Zilda está in love:-) E mais não digo...ahaahahaha

Beijo amigo

Seu Nelo

De Zilda Cardoso a 22.02.2012 às 16:34

Isso são restos de CArnaval, sem dúvida!
De qualquer maneira EU estou sempre in love!

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