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(As garças no telhado com azul ao fundo - fotografia de A. de Lima, Foz do Douro)
Dos pássaros, do nascer do sol, das formas das nuvens, das estrelas à noite... sobretudo do azul - é disso que falo.
Eventualmente... da chuva que cai devagarinho ou da que jorra com ruído sobre a calçada; do vento que assobia na frincha da janela e da tempestade prestes a desencadear-se. Mas é muito raro.
Enquanto isso, os políticos resolvem (ou não resolvem) os meus problemas… económicos, socias... Deixo isso para eles. Eles embaraçam-se tanto com os problemas que lhes confio, é o que vejo, as dificuldades embaraçam-nos tanto que não vou perturbá-los mais a todos com os meus comentários, análises e críticas.
Não vou.
De modo que eles prosseguirão com intermináveis cimeiras, tratados e acordos de estabilidade sem consenso – eu continuo com as minhas estrelas e as minhas reflexões, está entendido; e com a chuva que cai devagarinho sobre os jardins que já não são de Outono, não corrompe, mas claramente limpa e nutre.
Recordo a quem me ler as sensações que tiveram em experiências semelhantes, partilho com eles as minhas emoções, imagino que gozarão com elas.
Tudo isto de que falo está presente nas nossas vidas, mas possivelmente estou melhor posicionada para reparar, para ver com clareza, se bem que, no caso das estrelas, veja de grande distância e com gigantescos telescópios.
Os políticos dizem e calculam, raciocinam com inteligência, fazem contas de cabeça e no papel e vomitam milhares de milhões a propósito de seja o que for. As estrelas no céu são muito mais que milhares de milhões e eu nem sequer preciso de as contar para ter uma ideia. Na realidade, não quero contá-las, a quantidade não interessa ao meu objectivo.
Não acredito que haja corrupção entre elas, de tal modo são brilhantes e transparentes. Nada que prejudique outros. Também não vão ser privatizadas, nenhumas. Não é campo que interesse aos políticos.
Os políticos falam muito, fazem longos discursos, usam a língua essencialmente como instrumento de poder: dão ordens, emitem palavras de ordem, dirigem-se aos grupos que lhes dão poder e àqueles outros de quem recebem ordens e poder. As suas palavras, os seus discursos têm uma força que aprendem a usar – é o seu investimento principal - e de que abusam, possivelmente. O que leva à corrupção.
Dia mundial do combate à corrupção é hoje, dia 9 de Dezembro, coisa mais estranha!
É claro que os políticos se esqueceram completamente do bem comum que em princípio ou ao princípio era o seu único objectivo. Era o básico. Devia ser um serviço de voluntariado. Esqueceram-se completamente. Como? Quando? Onde? Por quê?
Até sei responder: porque estão envolvidos nos factos.
Tenho que encontrar pessoas que não estejam envolvidas nos factos.
Somos os povos que vão ter que encontrar gente que não se envolva nos factos e que resolva os problemas.
Assim, evitando analisar e comentar as palavras dos políticos, somente a olhar o azul, descobri: é preciso não estar envolvido nos factos para resolver os problemas da vida.
(As árvores da Avenida Montevideu)
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