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Não havia ninguém na rua, às 10 da manhã. No meu sítio, é
habitual os dias de sol, domingos de Agosto, serem festivos. Muita gente nas
ruas, muitos estacionamentos proibidos, uma azáfama de polícias, ciclistas e
corredores de fundo, crianças que vêm para a praia, as que também circulam por
aí, adolescentes e jovens que exercitam os músculos fazendo inveja aos mais
velhos com dificuldades visíveis…
Um ambiente muito animado.
Mas não hoje: não havia ninguém nestas ruas. Ninguém.
Vi 2 ou 3 carros em movimento, alguma luz acesa, uns ruídos
de portas que se fecham… mais nada. Depois apareceu uma gaivota grande
nitidamente perdida, atordoada. Pousou hesitante num muro alto e em seguida…
encontrou o seu rumo.
Ninguém.
Dentro do supermercado havia 3 ou 4 pessoas tentando animar-se,
mas nenhuns protestos, nada. Nenhuns berros, nenhumas ordens e nenhuns cheiros.
Era desolador.
Saí com as minhas vagas compras e resolvi ir ver como
estavam as aves exóticas no Douro, na ribeira da Granja. Não imaginam: não havia senão meia dúzia de
gaivotas de patas amarelas, implicando todo o tempo umas com as outras em
silêncio. O lugar negro e besuntado de verde musgoso era um cardal abominável.
Começou a chuviscar, mas a chuva sumia antes de chegar
ao chão… que continuou seco.
Tirei três fotografias para lhes mostrar e voltei para casa,
não havia mais nada a fazer.
É muito mais divertido pensar até onde pode ir ainda a arte
conceptual ou concetual (o meu computador não chegou a uma conclusão). É a
mesma.
Aprecio muito a arte bem doseada com ideias. Podemos ter
para muitos anos ora dando primazia à arte ora dando-a à filosofia. Aparecerão soluções
cada vez mais inteligentes.
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