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É difícil, mas é possível

por Zilda Cardoso, em 11.06.11

 

Ouvi dois discursos interessantes neste dia 10 de Junho.

Todos nós sabemos o que nos aconteceu e porquê e calculamos o que é necessário para remediar o mal, não sei se vamos fazê-lo.

"É difícil, mas é possível", diz e repete Antóno Barreto como um slogan. Concordo… podemos.

Alguma coisa nessa hora me fez lembrar os textos dos historiadores da época medieval; estaremos de novo a definir fronteiras?

Recordo Afonso III e a forma e a razão da sua subida ao
trono, e depois as suas preocupações de remodelar a administração, de
redistribuir poderes depois de guerras e conflitos e discórdias, e de
considerar como seu objectivo o bem comum, o interesse do País e a justiça.

“ O grande labor estava na busca e na consecução da verdade identificada com equidade, com
justiça, fim último de toda a instituição humana, logo fim último do rei”(Portugal
em definição de fronteiras, O Poder e o Espaço, onde continuo a ler:

“ O mais notável no reinado de Afonso III, no aspecto
institucional, foi a criação, no seio da Cúria régia, de duas comissões
permanentes… com funções predominantemente técnicas… Uma primeira especializada
na administração da justiça, foi o gérmen da Casa da Justiça, e uma segunda,
com competência financeira, teria sido o embrião da futura Casa dos Contos. O
que, sem dúvida, demonstra a consciência por parte dele e dos seus oficiais, de
que, entre os grandes instrumentos do poder regalengo, os mais importantes eram
a justiça e as finanças.”

Afonso III tinha vivido numa corte mais instruída do que a
nossa e soube aplicar a sua inteligência, os conhecimentos e a sabedoria nas alterações
políticas que lhe permitiram empenhar-se em importantes reformas administrativas,
financeiras, judiciais. Havia uma hierarquia de autoridade e de obediência
considerada como “um bem supremo da sociedade ordenada, um sustentáculo da paz,
logo da própria sociedade.”

Deveremos estudar o século XIV para começar de princípio e
com uma nova  e adequada atitude mental?

 

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publicado às 20:27


11 comentários

De Vicente a 12.06.2011 às 11:19

Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.

Alague o seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.

Se sentir saudades, mate-as.
Se perder um amor, não se perca!

Se o achar, segure-o!

um primo de El-Rei Dom Afonso III

De Zilda Cardoso a 12.06.2011 às 12:24

Actualmente o m/favorito é D. Afonso III, um homem culto que compreendeu muitas coisas difíceis e era companheiro e amigo do m/ outro preferido, meu avô Aboim da Nóbrega que uns dizem ser uma peste e a maior parte, como eu, pensa ser um homem maravilhoso. Como podia ser uma peste um homem que além do mais escrevia poesia e fez da sua casa um centro trovadoresco e uma das mais importantes cortes (apetece-me pôr um acento circunflexo naquele o, assim - ô) do país, da Península, talvez.
Estes dois souberam governar e escrever e cantar.

De Isabel Maia Jácome a 12.06.2011 às 13:01

Confesso que quero acreditar... e participar!... como puder e souber!...
Mas desistir de ser Portuguesa, desistir de Portugal... não!
Que haja força, coragem, esperança, trabalho, razão, amor... que haja atenção e voz e presença... que haja humildade e capacidade de mudança... que haja respeito... reflexão e justiça... vontade de aprender, com a história, com os erros, com os exemplos positivos, com aquilo que sabemos ser capazes...e que haja sonho e canto e hino também!...
...Quero acreditar mesmo, que vai valer a pena!
Um abraço grande... para si, para D. João III e para o seu avô, porque não?
Sempre,
Isabel

De Zilda Cardoso a 12.06.2011 às 17:15

É o D. Afonso, Isabel. Mas agradeço na mesma e aceito os abraços... por eles.
Temos a sorte, eu e a Isabel, de termos vivido e estarmos a viver épocas extraordinárias de desenvolvimento e de mudança. Uma boa parte da minha juventude foi vivida em tranquilidade, sem rupturas de espécie nenhuma. O mundo não tinha graça, era tudo tão fácil!. Agora estamos tão entregues a nós próprios que só fazemos asneiras. A sorrir... mas asneiras! Sim, valeu a pena, claro, tem valido a pena. Em geral, pagámos antes, mas como entretanto aprendemos muito e já sabemos que devemos pagar antes, acabamos por saber viver alegremente o bom e o mau. Sabemos como é.
Cabe-nos usar essa sabedoria.

De Vicente a 12.06.2011 às 18:28

Bibó o Salazario! Isso é que eram tempos, os tais da tranquilidade....

De Isabel Maia Jácome a 12.06.2011 às 19:54

Ups!..., D. Afonso III, claro... com o empolgamento até tropecei, caramba! Mas a Zilda entendeu... e é o que me vale!!!!!!!! :)
Mas a sério... gostava tanto de conseguir contribuir de alguma forma mais... de alguma forma para além daquela com que honestamente procuro contribuir em cada dia nesta minha modesta existência...
... acho que a Zilda entende também.
Outro abraço.
Sempre,
Isabel

De Marcolino a 12.06.2011 às 18:53

Olá Zilda,
Não quiz perder tempo com os discursos no dia 10 de Junho!
Estive fora em passeio, 9, 10 e 11 de Junho, sem ligar a nada. Divaguei por Coimbra. Revi Coimbra, saboreei Coimbra. Deliciei-me com uma das margens mondeguinas devidamente recuperada e alindada!
Recordei o Março de 1962; também lá estive, o que motivou a minha ida, extemporânea para Angola, como castigo. Como não tinha «cunhas», transformei-me, num ápice, de estudante em militar, mais cedo daquilo que estava previsto nos meus cálculos!
Estive com dois velhos amigos das casuais boémias, de fim-de-semana, quando regressei da guerra. Eles tinham sido «meninos bonitos», e puderam acabar os seus cursos antes de serem incorporados!
Regressarei a Coimbra, dentro em breve; não à Coimbra dos Doutores, mas a uma Cidade linda, renovada, limpa e asseada!
Abraço
Marcolino

De Zilda Cardoso a 12.06.2011 às 21:01

É bom fazer e poder fazer o que nos dá gosto. Coimbra é uma bela cidade que convém manter jovem para que os jovens a visitem e apreciem estar. E os mais velhos a revisitem cheios de saudades.

De Vicente a 12.06.2011 às 23:45

Honestamente acho que sim, que vamos sobreviver! Mas não tenho fé nenhuma nestes tempos mais próximos. Vão ser muito difíceis e dolorosos para todos.

Outra coisa em que acredito, em consequência de experiências vividas: cada um trata de si e muito, muito raramente há boas surpresas!

Se não formos nós a pensar na nossa vida e levá-la para a frente, ninguém o fará por nós!

É a vida pura e dura!

De Zilda Cardoso a 13.06.2011 às 10:10

É a vida, claro. Estamos na arena, venha o touro, estamos preparados, mas pode ser que ele traga mais uma vez os chifres... como se diz?... embotados, embolados, como é?
Está a ver? Esperamos sempre ser privilegiados com a benevolência dos outros. Não pensamos nunca que é a hora de enfrentarmos a nu as dificuldades... Ah!... a educação que recebemos e transmitimos... e por aí fora.

De Vicente a 13.06.2011 às 11:16

os cornos são embolados!

a educação que recebemos dá, quiçá, para não reagirmos sindicalísticamente, ou seja com protestos na rua ou chantagens a quem nos faz mal!

mas o mundo está cheio de vãs promessas que não são cumpridas quando chega o momento...

como cantava a Dalida...parole..parole...

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