Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
De vez em quando, volto aos desenhos da Paula Rego.
Há anos vi no CCB uma grande exposição de trabalhos da artista que me cativou profundamente. Vi outras depois, a belíssima retrospectiva do Museu de Serralves que visitei várias vezes…
Continuo fascinada pela intensidade das histórias que conta, pela violência das histórias que os seus desenhos contam. Há pouco, adquiri um livro com várias entrevistas feitas ao longo de alguns anos por Anabela Mota Ribeiro que muito bem informam sobre a artista.
Reproduzo algumas linhas da introdução.
“Há em Paula Rego uma brutalidade sem filtro. Uma sensibilidade e uma inteligência finas. Um gosto pelos vestidos, o sangue e a fantasia. Como no verso de Amália: ”Se o meu sangue não me engana, como engana a fantasia.”É à vez o anjo da guarda e o anjo vingador, armada de esponja e de espada. É à vez uma adulta medrosa, uma criança curiosa.
“O maior problema, toda a minha vida, tem sido a incapacidade de me exprimir frontalmente – dizer a verdade. Os adultos tinham sempre razão: a menina ouve e não responde. Responder, contradizer era a morte, era cair de repente num vazio terrível. Esse medo nunca me há de deixar; vêm daí os disfarces infantis, os disfarces femininos. Menina pequenina, menina bonita, mulher atraente. Daí a evasão de contar histórias. Pintar para combater a injustiça” (Conversa com John McEwen).
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.